39 mais uns... O Môfo da existência!

No sábado tive um jantar deveras interessante. Foi em casa de um casal amigo que vivia nos E.U.A. e os quais fomos lá visitar por duas vezes. Nesse jantar estava um amigo que tinha ido conosco em ambas as viagens.
O jantar era típicamente americano (barbecue) e muito bem regado, porque o nosso amigo americano está no negócio dos vinhos. Já havia muita cumplicidade para nos sentirmos todos à vontade. O vinho era óptimo e ajudava a desinibir. Éramos duas mulheres e três homens. O que eu estranhei foi terem-se quebrado todas as barreiras do que é "nós" e "eles". Digo isto porque a certo ponto da conversa eu comentei com a minha amiga "estás a dar armas ao inimigo?" e "o vinho tem afrodisíaco?".
Bom, estão a imaginar as conversas das quatro amigas de "Sexo e a Cidade"? Eram conversas de mulheres, porque não haviam homens por perto. Divertimento de gajas, pronto.
Agora imaginem as conversas que os homens têm quando as mulheres não estão a ouvir.
Agora ponham um vinho que solta a língua e sentem os homens e as mulheres numa mesa.
Eu realmente fiquei parva!!!!
Já não interessava quem era homem, nem quem era mulher, a conversa corria solta e sem tabús, misturada com as memórias comuns. O resultado foi hilariante: eles a saberem na cara o que nós (mulheres) conversávamos despudoradas. Nós a assistirmos a conversas de machos no seu estado mais primitivo. Nada escapou como tema de conversa: sado-masoquismo, fetiches, blogs, San Francisco, gays, lésbicas, a primeira vez, apanhados a fazer sexo em público, taras, memórias, viagens...
É que é mesmo giro falar à solta e esquecermo-nos que nós somos elas e eles são eles!